ADEUS MADIBA

MARCELA  GOMES

Adeus Madiba

-Escrito em Dezembro 2013-

As vezes acontecem algumas coisas na vida que me fazem ter certeza de que eu sou o tipo de pessoa que está sempre no lugar certo na hora certa!! Bom, semana passada nos programamos para viajar a Joanesburgo-África do Sul no dia 06 (sexta-feira). Reservamos hostel e compramos passagem. Pessoalmente desde o primeiro dia em Moçambique ansiava conhecer a cidade que foi palco de um dos mais cruéis regimes das últimas décadas, o Apartheid, no qual o direito da grande maioria da população negra foi restringido pela minoria branca, que estava no poder. Eu nunca consegui acreditar como uma política segregacionista tão baixa durou até 1992, e por isso me interessei em conhecer mais da história desse povo, que desde sua colonização vem sendo explorado. Foi assim que me apaixonei pela figura de Nelson Mandela, o mais importante líder na luta contra a segregação racial. Horas antes da viagem eu estava em um bar com amigos, tentando ficar bem cansada para dormir nas 10 horas entre Maputo e Joanesburgo quando uma amiga viu no celular a notícia da morte de Mandela. Eu não podia acreditar que depois de quase três meses internado para tratamento de uma infecção pulmonar, causada pelos 27 anos na prisão, Madiba deixava esse mundo e eu estaria em Joanesburgo para acompanhar de perto as homenagens a esse grande homem. O momento era de partida, mas o clima na cidade não era de tristeza, mas sim de gratidão. Haviam homenagens a Mandela por todos os lados, em particular em frente as suas casas (a atual e a primeira casa no bairro do soweto), onde muitas pessoas se reuniram para dançar e cantar struggle songs, músicas usadas como forma de combate a segregação racial. Não tenho palavras para exlicar como me senti ao ouvir essas músicas, a única coisa que sei é que quando me dei por conta lá estava eu no meio das pessoas dançando o ritmo marcado de uma povo forte que sofreu e lutou por seus direitos e viu em Mandela um líder e exemplo, que ficará marcado para sempre no coração da cidade e do mundo. 

"Humanity was born in Africa. All people, ultimately, are African”

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